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As semelhanças não são poucas: mulher, estatura miúda, magrinha, aparência frágil, porém de extrema força interior e determinação. O que as faz ter o reconhecimento de tanta gente e a profunda gratidão, no entanto, não é a aparência. Mas um conjunto de virtudes, boas ações semeadas ao longo da vida e que fizeram muito bem aos mais necessitados atendidos por elas.

Irmã Dulce, como Madre Teresa, transitava com suas vestes azuis e brancas pelas regiões mais carentes (no caso dela, da cidade de Salvador) levando alimentos, cobertores, remédios e muito carinho. Já bem jovem, aos 13 anos, transformou a sua casa em um centro de atendimento a pessoas carentes.

Deu mais ênfase às práticas de caridade depois de sua vestição, no ano de 1933, quando se tornou freira. Com o aval de sua superiora e maior tempo disponível, passou a visitar as áreas com palafitas da capital baiana, isentas de todo e qualquer saneamento básico, para levar um pouco de conforto aos habitantes.

Desse momento em diante, a entrega à causa dos mais pobres foi se intensificando. No ano de 1937, junto dos operários, ela fundou a União Operária São Francisco – que se transformaria no Círculo Operário da Bahia – e prestava atendimento e assistência à população carente.

Depois, criou o Colégio Santo Antônio (a fim de atuar contra o analfabetismo) e um restaurante popular que servia refeições a preços simbólicos para trabalhadores e moradores da cidade baixa. Junto do frei Hildebrando inaugurou, no bairro Liberdade, o Cine Teatro Roma – para o entretenimento geral do povo.

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Irmã Dulce, além de adorar futebol (era torcedora do Vitória), gostava muito de música. Com frequência, visitava o temido presídio “Coréia” com seu acordeão e cantava entusiasmada, levando alegria aos detentos. Numa época, inclusive, ela juntou algumas irmãs e criaram o grupo musical “As Milionárias do Ritmo”.

Três histórias curtas de Irmã Dulce

A visita do presidente

Sabendo que o presidente da república passaria pela rua dos Dendezeiros, próxima às suas atividades assistenciais, ela convocou as crianças a irem para a esquina da avenida e impedirem o tráfego do carro oficial sem que antes ela falasse com a autoridade. Dito e feito: Assim que o veículo despontou, os meninos e meninas preencheram a rua e Irmã Dulce foi logo dizendo: – Presidente, venha conhecer uma obra de Deus!”. A visita de Gaspar Dutra ao hospital Santo Antônio resultou em uma reforma substancial e o novo espaço pôde abrigar 400 leitos.

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O incêndio

Um acidente grave aconteceu ao lado do Cine Roma. Um bonde bateu em um ônibus e houve uma grande explosão, seguida de incêndio. Irmã Dulce, ao saber da notícia, logo pediu às irmãs Hilária e Ana Maria que levassem baldes com água para apagar o fogo. Na sequência, ela seguiu ao local e, desafiando as labaredas, pondo em risco a própria vida, salvou muitas pessoas. O caso foi comentado fartamente e muitos admiradores da Irmã consideram este ter sido o seu primeiro milagre – já que saiu ilesa.

Um grito mudo

No Congresso Eucarístico de Salvador houve uma missa no estádio da Fonte Nova (conhecido por abrigar grandes jogos de futebol, como o clássico Vitória x Bahia). No momento do ofertório, Irmã Dulce chamou a atenção das milhares de pessoas que estavam presentes ao atravessar o gramado carregando um prato vazio que simbolizava a fome do povo da Bahia. No dia seguinte, uma multidão surgiu na porta da freira para doar mantimentos aos seus assistidos.

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Irmã Dulce foi indicada ao Prêmio Nobel da Paz em 1988 e, muito embora não tenha ganho, ela permanece sendo um exemplo de bondade e amor.

A OSCID (Obras Sociais Irmã Dulce) permanece ativa e conta com 1715 profissionais, quatrocentos médicos cooperativos e sob a direção de Maria Rita (sobrinha da freira), já que irmã Dulce faleceu em 1992.

 

“Eu sou apenas um instrumento de Deus a serviço dos pobres.”

Irmã Dulce

 

“Não sou nada; sou apenas um instrumento, um pequeno lápis nas mãos do Senhor, com o qual Ele escreve aquilo que deseja. Por mais imperfeitos que sejamos, Ele escreve magnificamente.”
Madre Teresa de Calcutá

 

irma-dulceFonte:  Irmã Dulce, da Coleção “A luta de cada um”: http://www.omnisciencia.com.br/irma-dulce/p

“Linguagem fluida, um visual atraente e uma história apaixonante. Com estes requisitos a escritora Mabel Velloso conta de forma muito especial e particular a vida do Anjo Bom no volume Irmã Dulce da coleção A Luta de Cada Um, que traz biografias de brasileiros notáveis que enfrentaram desafios para tornar o mundo melhor. A publicação veio preencher uma lacuna, mais especificamente junto ao público jovem, de informações sobre a vida da freira baiana.”

 

Obras Assistenciais Irmã Dulce: https://www.irmadulce.org.br/