Trecho extraído do livro “A Yoga de Jesus”, de Paramahansa Yogananda.

Os verdadeiros pacificadores são os que geram a paz em sua prática devocional da meditação diária. A paz é a primeira manifestação da resposta de Deus na meditação. Aqueles que conhecem Deus como Paz  no templo interior do silêncio e que lá reverenciam esse Deus de Paz  são, por meio desse relacionamento de comunhão divina, Seus verdadeiros filhos. Tendo sentido a natureza de Deus como paz interior, os devotos desejam que o Deus de Paz esteja sempre manifesto em seus lares, em sua comunidade, sua nação, entre todas as nacionalidades e raças. Todo aquele que leva paz a uma família desarmonizada ali estabelece Deus. Todo aquele que remove os desentendimentos entre almas unifica-as na paz de Deus. Todo aquele que, abandonando a ambição e o egoísmo nacionais, trabalha para criar paz entre nações em conflito estabelece Deus no coração dessas nações. Aqueles que promovem e favorecem a paz manifestam o amor unificador de Cristo, que reconhece cada alma como um filho de Deus. A consciência de “filho de Deus” nos faz sentir amor por todas as criaturas. Aqueles que são verdadeiros filhos de Deus não podem sentir nenhuma diferença entre um indiano, um americano, qualquer nacionalidade ou raça. Por um curto período, as almas imortais vestem corpos brancos, negros, morenos, vermelhos ou azeitonados. São os indivíduos considerados  diversamente como estranhos quando trajam roupas de diferentes cores? Seja qual for a nacionalidade ou a cor de seus corpos, todos os filhos de Deus são almas. O Pai não reconhece nenhuma denominação criada pelo homem; Ele ama a todos, e Seus filhos devem aprender a viver nessa mesma consciência. Quando o homem restringe sua identidade à sua humana natureza étnica, isso dá origem a infortúnios intermináveis e ao fantasma da guerra. Os seres humanos receberam, potencialmente, poder ilimitado como prova de que são realmente os filhos de Deus. Em tecnologias como a da bomba atômica percebemos que, se o homem não utilizar corretamente seus poderes, ele se destruirá. O Senhor poderia incinerar esta Terra em um segundo se perdesse a paciência com Seus filhos transgressores, mas Ele não o faz. Assim como Ele jamais utilizaria mal Sua onipotência, assim também nós, sendo feitos à Sua imagem, precisamos comportarnos como deuses e conquistar corações com o poder do amor, ou a humanidade como a conhecemos certamente perecerá. O poder do homem para promover a guerra está crescendo; assim precisa também crescer sua habilidade de promover a paz. A melhor forma de impedir a ameaça da guerra é a fraternidade – a percepção de que, como filhos de Deus, somos todos uma só família. Todo aquele que incite a discórdia entre nações irmãs, à guisa de patriotismo, é um traidor de sua divina família – um filho desleal de Deus. Todo aquele que mantenha membros de uma família, vizinhos ou amigos em luta, promovendo calúnias e maledicência, ou que de alguma forma cause tumultos, é um profanador do templo divino da harmonia. Cristo e os grandes mestres nos deram a receita para a paz – tanto interior quanto entre indivíduos e nações. Por muito tempo já viveu o homem nas trevas da incompreensão e na ignorância desses ideais! O verdadeiro método crístico de viver pode banir os conflitos humanos e o horror da guerra, trazendo paz e compreensão ao mundo; todos os preconceitos e hostilidades precisam desaparecer. Esse é o desafio colocado diante daqueles que pretendam ser pacificadores de Deus.

 

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