Paramahansa Yogananda, grande mestre da ciência da Yoga, alertava que “se uma música não tem vibrações elevadas ou sagradas, ela desperta emoções frívolas, nervosas ou até baixas. A música espiritual, como os hinos ou cantos devocionais, eleva a consciência do ouvinte, dispersando vibrações mais grosseiras”.

No seu clássico Autobiografia de um Iogue, Yogananda ressalta que “A música hindu é uma arte subjetiva, espiritual e individualista, cujo fim não é o brilho sinfônico, mas a harmonia pessoal com a Superalma… Os sankirtans, ou reuniões musicais (para canto devocional), são uma forma efetiva de Yoga ou disciplina espiritual, necessitando concentração intensa – absorção no âmago do pensamento e do som. Sendo o próprio homem uma expressão do Verbo Criador, o som exerce sobre ele o efeito potente e imediato. A grande música religiosa do Oriente e do Ocidente  alegra o homem porque  causa um temporário despertar vibratório  de  seus centros ocultos na espinha. Nestes beatíficos momentos, reacende-se algo de lembrança  de suas origens divina.”

Em seu livro God Talks With Arjuna (a ser lançado em breve em português), os editores ressaltam em uma nota de rodapé que “além da potência espiritual da música, seu valor terapêutico como energia para cura física e mental é conhecido desde a Antiguidade – usada nas culturas antigas da Índia, China, Tibet e outras. Pitágoras, no século VI a.C., usava melodias especiais para curar desarmonias específicas como preocupação,  tristeza, medo e raiva. Ele considerava o corpo físico como sendo um instrumento capaz de responder imediatamente aos efeitos vibratórios do som.

Mais recentemente, médicos na América do Norte, Europa e Japão começaram a aplicação do poder curativo da música. Science Digest reportou em janeiro de 1982 que num dos experimentos realizado num hospital em Montreal, a música clássica funcionou tão bem como lenitivo que, em muitos pacientes terminais com câncer foram retirados totalmente os remédios analgésicos. Mundialmente, utilidades médicas estão combinando este novo “remédio” com as formas convencionais de tratamento, achando que a música é muito efetiva para baixar a dor crônica, aliviar os partos, induzir o relaxamento para diminuir o estresse, reduzir os riscos da pressão alta e acelerar a aprendizagem.

Em seu livro The Sound of Music and Plants (O Som da Música e das Plantas) (Marina del Rey, California: DeVorss & Co., 1976), Dorothy Retallack relatou sua obra usando monitores galvânicos de resposta na pele e traçando registros de crescimento de plantas sob ambientes de som diferentes. Suas plantas cresceram em direção aos alto-falantes, floresceram quando eram expostas a certos tipos de música e murcharam longe de outros tipos. Suas plantas pareciam responder positivamente à música clássica, especialmente àquela da Índia, mas recuavam fortemente ou morriam quando forte música rock era tocada para elas.

Pesquisas demonstraram que a música instrumental lenta e pacífica, como os movimentos “largos” ou “adágio” dos barrocos, das sonatas e sinfonias  clássicas, tinha o efeito de abaixar o ritmo cardíaco e a pressão sanguínea e de reduzir a tensão muscular. Além disso, foi provado clinicamente que esse tipo de música induz as ondas cerebrais alfa, características do profundo relaxamento mental.